INVASORA.... VICIO ..... A MALDADE DA SAUDADE !!!

Posted by ABUSADO | | Posted on 18:16


Aquilo a que chamamos amor é como um vício, como fumar ou beber ou drogar-se. Pouco a pouco a pessoa "amada" ... vai entrando em nós. Inicialmente há hesitações, resistências, sentimos que se trata de um corpo estranho a querer ocupar-nos por dentro abusivamente e privar-nos de liberdade. Lutamos, mas sem termos uma estratégia definida. Ao mesmo tempo esforçamo-nos por nos adaptar à invasão, que apoiamos. Pomos de lado as restrições, não damos importância a algum cansaço que nos vem da presença excessiva da invasora. Acreditamos que começámos a ver o mundo com outros olhos, mais espertos, mais otimistas, elas vão nos cegando . Acabamos por ajudar alegremente a invasora a invadir-nos. Que bom não termos de nos suportar a nós mesmos apenas na nossa solidão, devíamos estar fartos de tanta independência de movimentos. O prazer circula, deve ter efeitos alucinigicos, anestesiantes, no cérebro.

Quando o filme acaba e as luzes se acendem de novo na sala é que sabemos que de fato se tratou de uma invasão. Pouco a pouco começamos a dar-nos conta das infrações que fizemos à nossa maneira de ser, de tudo o que sacrificámos progressivamente à invasora. Deixámos de ser quem éramos, tornámo-nos outra pessoa, que covardia e que fraqueza de carácter as nossas. O trabalho e a pena que dá, depois da separação, limpar os vestígios da presença de um corpo estranho na nossa existência é enorme. É de fato como libertar-se de uma droga, do vício do tabaco, do vício do álcool, o vicio....

O amor é uma religião, uma doença, um vício. Como Deus, a loucura, o álcool ou o qualquer tipo de dorga que lhe traga uma certa dependencia. A vida é monótona e as perspectivas de durarmos são escassas. Encontrámos essa maneira de nos irmos consolando ou iludindo. E torturando, e mesmo com ela e nosso pensamento, não conseguimos limpar todos os vestigios que a invasora deixou, e pedimos mais uma vez para que ela invada nossas vidas e deixe um pouco da sua dependencia em nós.

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